“...Eram três maltas, eu me lembro bem: a malta da Serra, a malta da Savassi e a malta do São Bento”...
Em uma conversa, Mestre Paulão (Suíça) relembrou os diferentes grupos (dentro de um grupo) que freqüentavam e faziam a história da Academia de capoeira localizada à rua Carangola/ 44, em Belo Horizonte/MG. Percebemos que ali naquele comentário estava um fundamento em que deveríamos acreditar e fazer crescer. Surgiu a Malta da Serra. Resultado da nossa volta do mundo.
Em uma conversa, Mestre Paulão (Suíça) relembrou os diferentes grupos (dentro de um grupo) que freqüentavam e faziam a história da Academia de capoeira localizada à rua Carangola/ 44, em Belo Horizonte/MG. Percebemos que ali naquele comentário estava um fundamento em que deveríamos acreditar e fazer crescer. Surgiu a Malta da Serra. Resultado da nossa volta do mundo.
Fundamento é princípio, é ter um ponto de partida, é poder manter e desenvolver uma cultura com respeito e inovação, reverenciando sempre a ancestralidade, o que veio antes para que pudéssemos chegar até aqui
As Maltas eram grupos de capoeiras que tiveram seu auge na segunda metade do século XIX. Ficaram famosas no Rio de Janeiro, mas existiram na Bahia também. As maltas amendrontavam a sociedade e, principalmente, a polícia, em violentos confrontos. Houveram várias maltas. No período da Proclamação da República, haviam duas famosas maltas: os Nagoas e os Guaimums. A realidade das maltas foi repleta de violência, porém, para os capoeiristas, ela também foi e é símbolo de união e de identidade, pois seus membros utilizavam cores, vestimentas, instrumentos, ferramentas, assobios e outros códigos para se comunicarem, demonstrando o forte sentido de pertencimento a um grupo, do qual aqueles velhos capoeiras precisaram para sobreviver em um Brasil de (já) poucas chances. É neste sentido que homenageamos as valentes maltas de outrora.
A Serra é símbolo de muita coisa: desde sua referência às serras, as montanhas, onde se construíam quilombos e se refugiavam escravos fugidos na luta e resistência à escravidão, até o local de nascimento, residência e espaço de prática de capoeira do orientador do grupo: Luciano. Na Serra ( bairro de Belo Horizonte que abriga o hoje chamado Aglomerado da Serra, coletivo de diversas vilas), Luciano e uma boa turma treinaram, viveram e ensinaram a capoeira que aprendiam na já citada Academia de Capoeira do Mestre Mão Branca, onde Mestre Paulão conduzia um projeto para ‘meninos carentes’.
Na Serra diversas histórias e personagens que merecem uma atenção maior da nossa parte, colaboraram na educação dada pela capoeira à esses meninos. Meninos que hoje são homens, bons capoeiristas e educadores.
A Serra é símbolo de muita coisa: desde sua referência às serras, as montanhas, onde se construíam quilombos e se refugiavam escravos fugidos na luta e resistência à escravidão, até o local de nascimento, residência e espaço de prática de capoeira do orientador do grupo: Luciano. Na Serra ( bairro de Belo Horizonte que abriga o hoje chamado Aglomerado da Serra, coletivo de diversas vilas), Luciano e uma boa turma treinaram, viveram e ensinaram a capoeira que aprendiam na já citada Academia de Capoeira do Mestre Mão Branca, onde Mestre Paulão conduzia um projeto para ‘meninos carentes’.
Na Serra diversas histórias e personagens que merecem uma atenção maior da nossa parte, colaboraram na educação dada pela capoeira à esses meninos. Meninos que hoje são homens, bons capoeiristas e educadores.
Em homenagem às serras dos quilombos e ao Morro da Serra e sua galera, escolhe-se este nome para batizar este momento tão capoeira: momento de fim, de começo, de inovar, de recordar, de altos e baixos, de sim e de não, como aliás deve ser, o caminho de todo capoeirista. Buscando sempre a consciência de que à partir de um trabalho sólido e bem fundamentado, outros bons trabalhos possam surgir e assim por diante.
AXÉ para todos!
Texto lido em 20-10-2007: Fundação do Grupo Malta da Serra
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